A acessibilidade revela a importância, em termos de vantagem locativa, de uma área

relativamente a um conjunto mais ou menos alargado de outras áreas que com ela dividem um território em análise, quer se trate de uma região, de uma cidade ou de um corredor. O cálculo da acessibilidade é realizado com recurso a indicadores, que podem assumir diferentes formas em função dos objectivos específicos associados a esse cálculo e das características do território. A oportunidade da sistematização e classificação de um conjunto de indicadores de referência surge na medida da crescente importância do papel das infra-estruturas de transporte no desenvolvimento territorial. Sendo a acessibilidade o principal produto do sistema de transportes, constitui assim um dos critérios fundamentais na avaliação das relações entre infra-estruturas de transporte e desenvolvimento territorial, as quais não se têm apresentado tão claras quanto seria desejável, dada a variabilidade de situações que resultam dessa interacção.

Este artigo divide-se assim em quatro capítulos: o capítulo 1 onde é feito o enquadramento com introdução à temática da influência das infra-estruturas rodoviárias no desenvolvimento; o capítulo 2 com uma abordagem sumária das principais tipologias de indicadores de acessibilidade; o capítulo 3 com o cálculo de um conjunto seleccionado de indicadores de acessibilidade em 86 municípios do interior norte e centro de Portugal Continental, nomeadamente de acessibilidade topológica, de acessibilidade relativa e de acessibilidade potencial e integrada (incluindo-se aqui o custo acumulado, a acessibilidade diária e a acessibilidade potencial). Neste capítulo é também efectuada uma análise comparada dos resultados obtidos, identificando os municípios com maiores e menores ganhos de acessibilidade após a construção de novas vias. Finalmente, o capítulo 4 é dedicado a conclusões.